escrevo

E é com falta que escrevo, com falta que me exponho mais uma vez passado tanto tempo, com falta deste tempo, deste tempo só meu, em que ponho por palavras aquilo que me consome, que me enfurece, aquilo que me faz bem e me torna feliz. Escrevo com a falta que me fazia escrever, escrever sobre tudo o que imagino, vivo e vejo outros viverem, esse outros que vão formando bocados de mim, até serem metade daquilo que eu sou, e a metade daquilo que eu só é aquilo que eu escrevo. Tantos segredos guardo por de trás destas palavras, tantos sentimentos que não revelo, tantas histórias mal contadas e páginas rasgadas daquilo que sou verdadeiramente. Mas conto sempre metade, sempre por meias palavras que enchem vidas inteiras, meias palavras e meios textos de mim, que para ti podem significar tudo. Já significaram tudo para alguém. É com falta que escrevo, com falta dos lugares para onde estas palavras me levam, falta do silencio, falta do som da musica apenas, falta do teclar, falta do rabiscar de uma caneta, falta da paixão, das lágrimas e dos sorrisos que cada texto proporciona. É com falta que escrevo, mais uma vez...