É
como se a paz interior se desfizesse em mim, para que eu não fique mais
desfeita em mim. Em cada movimento eu sentia, em vez de sangue, a
felicidade a percorrer-me as veias, e na vez em que costumava ouvir as
minhas próprias lágrimas e cada batida do meu coração, nessa vez eu
passei a escutar o meu riso, a minha gargalhada, e consigo sorrir de
ouvir esse maravilhoso som que sai de dentro de mim. Ainda que o amor
não tenha saído, a felicidade num espaço de minutos, sem eu sequer
imaginar, entrou. Entrou em mim, tal como um dia tu entraste na minha
vida. O que eu espero, a única coisa que eu neste momento espero, é que
ela não saia como tu saíste. Quero que ela fique como tu nunca foste
capaz de ficar, o tempo que tu nunca estiveste, com a intensidade com
que passas-te, quero que ela ocupe o dobro do espaço que tu ocupaste
para que eu possa ser feliz a dobrar. Quero numa nova etapa e quero
deixar-te para trás. No novo ano, no novo capítulo da minha vida não
quero mais ter de te colocar nele, porque sei que isso punha em causa
aquilo que sinto,
e punha em causa a felicidade que está comigo, e eu já não ponho mais
nada em causa por ti, porque já dei tudo por ti, já fiz tudo por ti, só
quero agora dar tudo por mim, e lutar por mim o dobro do que lutei por
ti.
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