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01/01/2014


É como se a paz interior se desfizesse em mim, para que eu não fique mais desfeita em mim. Em cada movimento eu sentia, em vez de sangue, a felicidade a percorrer-me as veias, e na vez em que costumava ouvir as minhas próprias lágrimas e cada batida do meu coração, nessa vez eu passei a escutar o meu riso, a minha gargalhada, e consigo sorrir de ouvir esse maravilhoso som que sai de dentro de mim. Ainda que o amor não tenha saído, a felicidade num espaço de minutos, sem eu sequer imaginar, entrou. Entrou em mim, tal como um dia tu entraste na minha vida. O que eu espero, a única coisa que eu neste momento espero, é que ela não saia como tu saíste. Quero que ela fique como tu nunca foste capaz de ficar, o tempo que tu nunca estiveste, com a intensidade com que passas-te, quero que ela ocupe o dobro do espaço que tu ocupaste para que eu possa ser feliz a dobrar. Quero numa nova etapa e quero deixar-te para trás. No novo ano, no novo capítulo da minha vida não quero mais ter de te colocar nele, porque sei que isso punha em causa aquilo que sinto, e punha em causa a felicidade que está comigo, e eu já não ponho mais nada em causa por ti, porque já dei tudo por ti, já fiz tudo por ti, só quero agora dar tudo por mim, e lutar por mim o dobro do que lutei por ti.

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